quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Meu primeiro dia de aula

Faz uns quinze dias, que o meu trabalho proporcionou uma coisa maravilhosa: relembrar bons momentos de escola.
Quando o sinal bateu e eu fui pra sala para receber os novos alunos, relembrei meu primeiro dia de aula, quando tinha sete anos de idade. Estou com uma sala de primeiro ano, que é considerado o ultimo estagio da Emei...
Imaginem, as crianças entrando na sala com os olhinhos brilhando e ao mesmo tempo lacrimejando, com medo e curiosidade ao mesmo tempo, e o bom de ser criança,é que a ousadia tem mais força, sem limites para descoberta...
Depois que todos entraram, e as mães com os corações partidos sairam da sala, pude perceber que algumas coisas, não mudam, na nossa infancia..,por exemplo: as perguntas feitas a professora, a ansiedade de conhecer a quadra, o pátio, o professor de Educação Física e de Artes, e claro, o melhor lugar, o patio, o lanche e a cantina. Para as mães, parecem uma prisão, mas para eles, é o melhor lugar, para expressar sua autonomia e liberdade, e esses sentimentos e euforia, acontece em todas escolas, não importa o local, a posição social e estrutura...
Escola é o local maravilhoso,e que tem grandes recordações dentro do meu coração, eu amei todas as fases que passei dentro dela, desde o Pré até a Universidade, e não é a toa, que estudei e me formei, para voltar a escola, e fazer parte da sua história....

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lei de Proteção ao Professor

Recebi no meu e-mail ontem, um texto contendo um anexo com a lei PSN 191-2009 que protege o Professor.
Acredito que todo Educador deve ter ficado sem palavras ao ler assim como eu fiquei.
Infelizmente na semana passada,um aluno de nove anos me enfrentou dentro da sala, que ao brigar com um colega no intervalo por causa de um celular, que é proibido por lei o uso por alunos dentro da escola, mesmo assim alguns são autorizados pelos pais para levar o aparelho para escola.
Fui perguntar o que estava acontecendo, e pedi que o aluno colocasse o celular em minha mesa, o mesmo, bem alterado, me chingou com palavras de baixo calão, pegou a mochila e disse que iria sair da sala sem me dar satisfações. Avisei os agentes escolares e enquanto isso o aluno ameaçou a sala inteira, dizendo que tinha ligado para a mãe e o irmão, e eles trariam reforço para espancar todo mundo na escola.
Em menos de meia hora, o padrasto estava na direção da escola, exigindo uma explicação, pois a mãe ja tinha comunicado sobre o ocorrido antes da escola entrar em contato. Quando o diretor leu a ocorrência que eu havia feito, o aluno começou a chorar com medo da reação do padrasto, ele sem reação se desculpou e pediu para conversar em particular comigo.
Quando ficamos a sós, ele me pediu para entender a crise do aluno, ele teve essa reação porque está enfrentando problemas em casa por causa da separação da mãe com esse padrasto. Eu me propus a ajudar, mas deixei bem claro que a mim cabe a função de EDUCAR, e aos pais a obrigação.
Se todos valorizassem a importância do Educador e da escola, não chegaríamos a ponto de vigorar uma lei, por causa de uma inversão de valores,e teríamos a valorização do trabalho na escola.
Amo minha profissão, e infelizmente hoje a maioria dos professores estão exercendo a função pelo mesmo motivo que eu, porque estamos desamparados, frágeis e expostos a situações que a cada dia temos que encarar de forma diferente; levamos dentro de nós vários personagens e dependendo do dia e da situação somos obrigados a incorporar para conseguir terminar o dia vivo com a graça de Deus; um dia somos psicólogos, outros médicos, outro tio, pai, mãe e etc...
Além da proteção por lei, temos que receber das autoridades a nossa valorização para que finalmente a sociedade possa nos respeitar.
Abraços,
Sara Soares

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Meu luto....

Nunca pensei que chegaria esse dia, em que eu teria que me separar de alguém que foi importantissimo na minha história...
O tive presente durante os meus trinta anos, quando eu nasci, ele ja tinha setenta anos, e quem o conheceu sabe do que estou falando, não é porque era meu avô, mas ele foi exemplar em todos os sentidos....uma mente brilhante, um caráter exemplar, e acima de tudo uma comunhão imensa com Deus.
Nos últimos tres anos de vida dele, a doença nos aproximou, infelismente foi um unico lado bom de se conviver com um cancer, ele foi acometido por um cancer na bexiga, quando descobrimos, o tumor estava avançado não tinha mais o que se fazer, apenas radioterapia e medicação, sem contar na dor que era incontrolável, mas quem esteve perto, visitou, conviveu, pode perceber como ele foi forte,forte a ponto de nunca reclamar, nunca murmurar, mesmo nos dias em que a doença o derrubava, pois o cancer além do estrago fisico, ele mexe com o emocional, as pessoas tendem a ficar depressivas, sem fome, e mesmo com toda essa turbulencia, ele preferia ficar calado, do que abrir a boca e dela sair palavras que não transmitisse sabedoria...
Como eu não tinha o poder de amenizar a sua dor, após incansaveis tentativas de remédios, consultas e tratamentos, eu aproveitava um pouco do meu tempo para conversar com ele, e esses momentos, mesmo que eu descrevesse aqui com o melhor português, nunca vai traduzir o que eu tenho guardado no meu coração, perdi a conta de tantas histórias que ele me presenteou, contando da sua infancia, a primeira vez que ele se machucou, como a sua mãe o alfabetizou, como ele conheceu a Maria (minha avó),quando ele viu o Juscelino Kubischek fazer campanha para presidente da República, como ele se converteu,e tantas outras histórias, são momentos marcantes guardados no meu coração e na minha memória...
Mesmo sabendo que era isso que o acalmava, me acorvadei nos ultimos seis meses, minha tia, no seu descontrole emocional, começou a destratar meu avô com palavras, ela em toda a sua inteligência, achava que meu avô aos noventa anos, e com câncer, estava acamado por manha, e eu me revoltada toda vez que eu ouvia ele desabafar o que passava com ela, então disse a ele que iria denuncia-la, ele pediu que não o fizesse, porque ela estava escolhendo perder a benção, e se eu tomasse esse tipo de atitude, estaria colocando a vida dele em risco, pois ele mais do que ninguém sofreria a vingança da parte dela. E assim eu o obedeci, mesmo com o coração enfurecido, eu ouvia os desabafos e ficava quieta, e pensava comigo, não quero ser a sua consciencia, no dia em que seu pai falecer, e assim aconteceu, no dia dois de julho de 2010, numa sexta feira, fui visitá-lo porque ele não estava em condições de ficar em casa, e nesse dia ele me pediu pra que eu o levasse no hospital, ela não deixou, então, antes de tudo pedi pra que ela também fosse ajudada por um médico, pois só uma pessoa no auge do descontrole, teria atitudes como a dela, e ajudei a dar o almoço pra ele, a fruta, e ele pediu pra tomar refrigerante,dei e até me emociono quando lembro da cena, e depois disso assistimos o Brasil perder a Copa, essa sexta foi a ultima vez que eu vi meu avô com vida, a minha tia não me ligou pra levar ele ao médico, e internou no sabado em um hospital em que ele não gostaria de ficar, mas enfim, o meu coração doeu por isso, e disse pra minha mãe que eu não aguentaria ve-lo na emergencia daquele hospital, e minha mãe forte como seu pai, foi ve-lo, e quando ela entrou na sala da emergencia, ele falou o nome da minha mãe, teve uma parada e desmaiou...nesse dia, minha tia se revoltou, colocou a culpa do fato no mundo todo, inclusive em mim, me ofendeu, me chamando de palavras de baixo calão, e eu na minha raiva, disse tudo que estava engasgado e ameacei denuncia-la, mas mesmo com todo esse transtorno, no dia 06 ele se foi, descansou, recebeu a sua verdadeira cura que ele tanto almejava e está com Deus, e eu pensei que não teria forças para suportar essa sepação, Deus me deu forças para que eu ficasse ao lado dele, até o corpo descer a tumba fria... ajudei em todos os detalhes, e tive o privilegio de ficar com o corpo sozinha até começar o velorio, e a cada momento Deus confortava o meu coração, porque eu agradecia a Deus cada minuto que se passava, porque eu pudi viver intesamente cada momento com ele, os bons e os ruins, infelismente temo principalmente pela minha tia, que morava com ele, e teve a oportunidade de fazer o que a maioria dos filhos não pode fazer, e ela jogou a chance fora, eu não vou precisar denuncia-la, porque a dor da culpa que ela sente, é a pena maior que um ser humano pode ter, ela fez a escolha dela, e hoje ja esta vivendo a recompensa da sua escolha...
Eu em partes me arrependo por ter respeitado a vontade dele em não fazer nenhum mal a ela, mas por outro lado, não me arrependo por ter sido tolerante com ele, amiga, e acima de tudo todo o meu excesso foi com amor, e peço a todos os leitores, que se tiverem na vida a oportunidade que eu tive, seja com seus pais, avós ou irmãos, façam até mais do que eu fiz, porque vale a pena, gastar meia hora do seu tempo, pra ser um ombro amigo de alguém que faz parte da história, para que você pudesse existir...
Agora estou me preparando para dar a continuidade no cuidado com a minha avó, estou diluindo os fatos, e limpando o meu coração, porque ela também merece todo o carinho e atenção, principalmente porque nela o choque foi muito maior do que qualquer pessoa, parente, filho, neto ou bisneto sofreu,e se Deus permitir, quero fazer por ela, o dobro que eu fiz pelo meu avô, e não vou ter medo, se preciso for, ir a justiça para defender o bem estar e a integridade dela, e agradeço ao meu tio Rafael, por dar a ela a atenção devida...
beijos a todos...fiquem com Deus